terça-feira, 20 de maio de 2014

Nas nuvens... a virtualização das ideias e da vida

NAS NUVENS - a virtualização das ideias e da vida

Na atualidade quando se ouve dizer que alguém está com a cabeça nas “nuvens” pode significar pelo menos duas coisas diferentes: a primeira delas e a até então mais comum, significa estar com pensamentos distantes, pensando longe; já a segunda opção, diz respeito as novas formas de arquivos digitais que ficam hospedados em lugares muito distantes do autor, ideias em arquivos que estão na “nuvem” ou nas nuvens, tendo em vista os diversos lugares opcionais.

Não é difícil lembrar do tempo em que as ideias eram registradas em papéis com caneta e lápis, depois com a inovação tecnológica passaram a ficar armazenadas no próprio computador, mais especificamente no HD. Alguns passaram depois do abandono dos disquetes a usar os pendrives e HDs externos. Bom, o fato é que agora as ideias estão nas nuvens.

Os benefícios estão diretamente ligados ao fato de que o acesso é possível de qualquer lugar e por pessoas diferentes simultaneamente, uma nova ordem de acesso e edição. Por outro lado, sem a rede e sem a internet, pode o usuário dependente da nuvem ficar sem nada em mãos.

Ainda outro fator talvez um pouco mais misterioso é o fato de “tudo estar na rede”. Apesar dos anúncios de segurança, sabe-se bem que nestes dias de espionagem a segurança é algo questionável – Dilma Rousseff que o diga! Livros de ficção dos meados de 1930 e 1940 escritos por ingleses já apontavam “uma forma poderosa de controle intrusivo” mediado pela tecnologia e ciência, o que faz pensar um pouco mais sobre o assunto.

Outra observação é que a vida está numa dimensão muito mais ampla na transição para rede e não apenas as ideias. Os simuladores da vida crescem no sentido de que virtualiza as mais diversas expressões humanas, práticas e até mesmo as emoções. A ideia de simulador começa a desaparecer e surge então a própria realidade virtual – que coisa estranha! Mas o fato é que algumas pessoas começam a ter uma vida marcada pela virtualidade e seus desdobramentos tecnológicos.

Pode-se então perguntar por exemplo sobre quais são as implicações de virtualizar as subjetividades. Certamente que a resposta terá significado ainda mais amplo quando for perguntado acerca do destino das subjetividades humanas virtualizadas. Não há como negar o interesse por aquilo que é mais íntimo e pertencente a esfera “secreta” da vida humana – são muitos os interessados nestas informações e não é difícil imaginar as mais sombrias razões.

Quantos compreendem ou pensam sobre isso, creio que muito poucos. Afinal, estão todos completamente nas nuvens.

Ederson Malheiros Menezes