quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Confundido com a incerteza da veracidade...

Que confusão!

Há muitos assuntos complexos e que envolvem um encadeamento teórico muito amplo - eles são de difícil elaboração e construção. Poderia ainda se dizer que eles são suficientes para "perturbar" o pensamento.

Mas o que produz mais confusão em todo este processo é a incerteza da informação (paradoxalmente a incerteza da veracidade), ou ainda, a parcialidade da informação. Esta última parece estar virando "moda", ainda mais quando a parcialidade adequadamente escolhida garante o resultado desejado, ou o propósito definido.

Para os educadores que atendem a nobre tarefa de estimular o conhecimento, fica difícil até mesmo ajudar a pensar, pois a confusão presente em grande fluxo de informações parciais, dificulta diálogos e explicações, quanto mais construções coletivas. Os jovens, principalmente aqueles mais expressivos, são a vitrine da confusão. Angustiados com as incertezas e inverdades do mundo contemporâneo se refugiam em filosofias "próprias" inquestionáveis.

Também é interessante observar o discurso de empresários e economistas. As contradições e incertezas são as frações mais contabilizadas nos empreendimentos (lógico que as estruturas revelam diferentes níveis de confusão). Incessantes e intensas tentativas de prever o amanhã do capital promovem um conhecimento superficial, talvez para poucos, algo até "interessante", pois confusão é um estado ou condição de vulnerabilidade, e em algumas situações, oportunidade para iniciativas de macro-exploração.

Culturalmente, a proposta plural ou "multi" de um modo de globalização injeta a "novidade" em tempo "oportuno", mas junto com ela, o esfacelar contínuo de todos os fundamentos da vida humana instaurando a condição da decepção. Tudo passa a ser "multi" e "inter". O que poderia ser oportunidade de autonomia em diversos sentidos, se constitui em oportunidade de mercado humano. Do fortalecimento do social para a incerteza do indivíduo que precisa se reconstituir sem confusão. Assim, o andar flutuando parece ser a nova "onda".

Por incrível que pareça, alienados defendem ferozmente sua posição e causa, mesmo sem reconhecer-se em tal condição. A "Matrix" nunca será desvelada, ela nem sequer aparece no vocabulário da vida. Não há lugar para apocalipse.

Mas para não estender demasiadamente o incentivo a esta coisa "chata" de pensar e promover ainda mais confusão, renova-se o simples conselho de questionar, verificar, investigar, deixar amadurecer, ampliar, fazer conexões, criticar, sintetizar e oportunizar o pensar diferente. Com o número de informações que circulam e são promovidas de forma alienante, uma atitude importante que deve anteceder é: seja seletivo, escolha aquilo que tem consistência em todos os sentidos.

Fuja da confusão!

Ederson Malheiros Menezes