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sábado, 23 de novembro de 2024

SOCIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA


 

SOCIOLOGIA DA DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA

(Ederson Malheiros Menezes)


Este texto há algumas décadas atrás estaria sendo escrito com um lápis ou uma  caneta em um papel, talvez através de uma máquina de escrever, daquelas que necessitava da pressão dos dedos para marcar o papel com tinta.

Hoje, este texto é digital, escrito através do computador em um blog. Se faltasse energia, ou se se algum problema técnico do computador aparecesse, ele não poderia ser escrito e muito menos lido.

Mas este, pode-se dizer, seria o menor dos problemas se os processos tecnológicos fossem fragilizados ou sofressem alguma avaria.

Seu dinheiro é digital e depende do funcionamento tecnológico, assim como sua comunicação, sua orientação por GPS, o painel do seu carro e o alarme de sua casa. Seu medidor da pressão arterial e seu termômetro são digitais e até mesmo seu relógio.

As fotos de sua família, aquelas que narram sua história são digitais e estão hospedadas em plataformas digitais ou cartões de memória digital. Várias realidades de nosso dia a dia são condicionadas a processos digitais e hoje até mesmo seus documentos pessoais são digitais.

Acho que já deu para entender que uma pane tecnológica causaria uma catástrofe existencial e de vida sem precedentes.

Talvez, para alguns com seus mais de quarenta ou cinquenta anos, ainda seria possível sobreviver. Mas, as gerações mais novas entraria em colapso junto como toda a tecnologia.

De algum modo as pessoas são condicionadas e escravizadas a um modo de vida, uma vida tecnológica.

Não se pode ignorar de modo algum os avanços e benefícios da tecnologia, mas este é um texto que reflete acerca de temores, fragilidades e consequências na vida do ser humano subjugado tecnologicamente.

É assustador o tempo que grande parte das pessoas utilizam totalmente imersas em um celular. Algumas já evidenciam um vício de modo que a abstinência tecnológica constitui tratamentos da atualidade.

Então, vivemos num mundo em que, se alguém apertar um botão do outro lado do planeta, isso pode grande impacto para a vida de outras pessoas que estão do outro lado do planeta.

Não é inteligente maravilhar-se com o avanço da tecnologia sem refletir sobre seus  retrocessos e impactos na humanidade.

Talvez o questionamento mais singelo e ajustado ao sistema seja: qual o real preço deste "benefício" tecnológico?

Um dos impeditivos da reflexão e avaliação inteligente do avanço tecnológico é exatamente sua velocidade de desenvolvimento. Deste modo, antes mesmo de se validar tal descoberta, ela já está obsoleta e avança sem freios ao além.

Veja bem, isto não é uma crítica em relação a tecnologia no sentido de não usá-la, mas uma análise crítica dos seus processos e resultados que nem sempre são considerados.

O questionamento seguinte é: Será que é inteligente tamanha dependência da tecnologia para a vida?

Por exemplo, não é incomum ver discursos em que não se acredita no futuro do planeta para além de uma possível resposta tecnológica, ou seja, acredita-se que se a tecnologia não trouxer uma resposta, a existência humana no planeta estará em seu fim.

Para alguns, não existe outra saída a não ser colocar sua esperança na tecnologia. Afinal, é mais fácil do que modificar a mentalidade e o condicionamento que rege o ser humano na atualidade, de um consumo desenfreado e inconsequente que abre as portas para as propostas tecnológicas de igual modo inconsequentes.

A dependência tornou-se tão grande, que como já enunciado, dependo da tecnologia para que este texto seja lido por mais pessoas e que possa de algum modo produzir algum bom fruto - mas, parece que esta dependência é algo positivo.


Ederson Malheiros Menezes (Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social - educacaosociologica@gmail.com)

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

A SOCIEDADE DA FUMAÇA


A SOCIEDADE DA FUMAÇA 

(Ederson Malheiros Menezes)*

 

Certamente você já ouviu a expressão "Onde há fumaça, há fogo". Mas, a experiência nos diz que há mais do que apenas estes elementos.

Passei a noite acordado com irritação nos olhos, bebendo água e cuidando dos filhos que sentiam dor de cabeça, mal-estar, dor nas cavidades nasais e na garganta por causa da fumaça.

Escrevo aqui do Rio Grande do Sul em setembro de 2024, respirando a fumaça das queimadas desde a Amazônia, Pará e Mato Grosso, dentre vários outros estados do Brasil - uma fumaça que atravessa o país e atinge outros países.

Segundo matéria do jornal "O Globo" publicada em 09/09/2024 por Lucas Altino no site oglobo.com as queimadas dobraram em um ano e o governo mantém-se "atrasado" em suas iniciativas para evitar os problemas decorrentes  que configura-se em estado de emergência climática. (Veja matéria aqui).

Segundo a WWF-Brasil, ONG que atua há 28 anos para combater a degradação socioambiental e a vida das pessoas e da natureza, os incêndios não são decorrentes do processo natural do bioma no Mato Grosso, referenciando que os mesmos acontecem em 95% dos casos em propriedades privadas e que o governo possui iniciativas preventivas e de alerta sobre os mesmos. (Veja matéria aqui).

Como de costume, há a procura dos "culpados" de modo que sempre fica um empurra-empurra de responsabilidades - e depois que o fogo apaga, nada se faz.

O fogo e a fumaça são politizados, de modo que alguns acusam e outros defendem o governo e a população em suas classes. (Veja matéria aqui). O que me parece estranho é que ninguém consegue saber quem está certo ou errado. A coisa acontece e todo mundo é culpado e ninguém é responsável - e a vida segue, vira tudo fumaça.

Em meio a fumaça há uma disputa ideológica pelo poder. Mas, em meio a fumaça também estão muitas crianças, famílias inteiras e diversas pessoas que labutam todos os dias para colocar o alimento na mesa e preservar sua saúde em condições de vida limitada - são os esfumaçados por fumaças diferentes, com ambições diferentes e que sofrem de forma diferente.

Tendo por expectativa uma vida longa (não sei se tão longa assim com toda esta fumaça) estou chegando aos meus 50 anos de idade e durante toda minha jornada este problema sempre esteve presente e insolúvel. Será que não há algum outro caminho para uma humanidade mais inteligente e menos incendiária? Será que o problema realmente é sobre o culpado do fogo e da fumaça? Será que o ar que respiramos deixou de ser um bem comum?

Estes discursos politizados não resolvem a realidade das doenças respiratórias entre outros prejuízos incalculáveis na vida de milhares de pessoas.

Somos novamente assombrados pelo medo, medo da fumaça, mas mais do "humano".

Eu imagino que muitas pessoas como eu carregam este sentimento de frustração com o sistema político vigente - não estou falando de nenhum governo em particular - mas, da cultura política que se baseia em luta por poder para benefício particular, quando deveria ser pública.

A fumaça já foi problema entre vizinhos quando um ateava fogo no seu quintal enquanto o outro tinha roupas no varal. Mas hoje, a fumaça é maior, uma realidade ainda mais complexa e com implicações catastróficas.

Esta experiência deveria ser um sinal para toda nossa vida, de modo que, ao sinal de fumaça, combatamos não apenas o fogo, mas a índole dos incendiários inconsequentes - este traço que pode aparecer dentro de cada um de nós e que está amplamente estampado na vida de alguns.

Há muitas fumaças na Sociedade da Fumaça e cada uma delas permite reflexões importantes sobre nossa vida e história. Há fumaça que pode ser aroma e há fumaça tóxica que pode matar.


Ederson Malheiros Menezes (Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social - imaginacaosociologica.blogspot.com - educacaosociologica@gmail.com)

domingo, 25 de agosto de 2024

A jornada do amadurecimento político

A JORNADA DO AMADURECIMENTO POLÍTICO

Ederson Malheiros Menezes *

 

Vou tentar sintetizar aqui minha experiência com a política. 

Política é um tema meta morfo.

E, com isso, quero dizer que o tema política fica se transformando dentro das interações e épocas da vida, se constituindo em realidades diferentes na experiência, desde a repugnância da corrupção ao idealismo do bem comum.

Creio ser importante fazer uma retrospectiva de minha jornada que julgo de amadurecimento político.

Nos primórdios de minha adolescência, meu pai era cabo eleitoral (um líder de campanha política) e interagia intensamente com diversos personagens políticos. 

Meu pai foi uma primeira referência de uma pessoa envolvida com a política e ele realmente acreditava poder fazer o bem para as pessoas, que de fato fez muitas vezes, sem necessariamente ser político.

Então, nesta época íamos a grandes ajuntamentos de pessoas, os chamados "comícios" onde pessoas entusiasmadas ouviam discursos cheios de promessas e transformações - e, por incrível que pareça depois de mais de quarenta anos, nada mudou.

Nesta época minha consciência política se reduzia ao enfadonho tempo de esperar para aquela reunião interminável terminar, ou seja, era uma chatice.

As participações mais empolgantes se davam nas carreatas de vitória, um buzinaço cuja satisfação circunstancial era determinada por estar dentro de um veículo que passeava pelas ruas chamando a atenção com sons, gritos e bandeiradas,  como forma de representar o "nós vencemos".

A satisfação era muito mais por estar em um pódio do que por qualquer real conquista. Era um vencedor que não sabia exatamente qual era sua conquista.

Em minha juventude, comecei a compreender mais a política a partir das observações de vivências de meu pai, especialmente, suas frustrações ideológicas - principalmente decorrentes de pessoas falsas e sem ética alguma, com interesse único no poder e benefícios para si.

As frustrações com as pessoas e as politicagens levou meu pai ao distanciamento político e consequentemente, a me tornar o que pensava ser possível, um apolítico.

Então, foquei no estudo e no trabalho, cumprindo sempre que possível minhas obrigações políticas reduzidas ao voto, quase como um "uni-duni-tê, salamê, minguê, ... o escolhido foi você".

A política sempre me incomodava, pois me reportava a tristeza e frustração de meu pai em confiar nas pessoas e ser decepcionado.

Comecei a enfatizar que era uma pessoa apolítica e durante um bom tempo fiquei com esta posição.

O que mudou com o tempo?

Primeiramente, comecei a duvidar da possibilidade de ser uma pessoa apolítica, pois era impossível não deparar-se com algo na vida que não tivesse sido definido politicamente. 

Depois, percebi no trabalho, especialmente no exercício da liderança que omitir-se de espaços de liderança tinha um preço a se pagar. Se você é uma pessoa bem intencionada e se omite, alguém mal intencionado poderá ocupar aquele cargo ou função e você terá que se sujeitar por causa das estruturas organizacionais.

Esta consciência fez com que eu me envolvesse politicamente em lideranças organizacionais - o que tornou-se frustrante de igual modo no futuro.

Comecei meus estudos em sociologia e então foi que minha consciência começou a expandir-se sobre o embate político pelo poder.

Até então, julgo que minha compreensão era algo muito limitado.

Comecei a entender a força dos discursos, e a possibilidade de eles servirem não exatamente ao que diziam servir.

Comecei a vivenciar o dilema de ter que escolher não o melhor candidato, mas como se diz o "mal menor", porque não via mais como real o discurso do bem comum.

Uma das maiores contribuições para minha consciência política veio do mestrado que fiz em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social. 

Foi só após esta jornada que entendi como o sistema político opera em todos os setores e consequentemente atinge a vida das pessoas e todas as esferas.

Senão tudo, quase tudo é politizado.

No mestrado, através da pesquisa para dissertação, estudei a cultura ética de líderes do setor público e da esfera civil.

Neste período, enfrentei ameaças durante a pesquisa e recebi aquilo que pode-se chamar de tentativas de corrosão da minha ética.

Por fim, o que percebi de forma geral é que existem muitas pessoas que não fazem a mínima ideia do quanto suas vidas estão dependentes da política. 

Pior ainda, não fazem ideia do que seja a política para além do sua experiência de votar, que por um lado ainda é um dos poucos recursos minimizados para ação política dos sujeitos - um dos poucos que eles conhecem e se limitam obrigatoriamente a fazer.

Amadurecer politicamente pode ser compreendido como uma jornada de vida, vida que se transforma em grande parte sofrendo com os interesses particulares e que deveriam ser públicos.

Minha dissertação de mestrado termina com um conceito em latin: "cui bono?" que significa "bem para quem?"

O sentimento é de incredulidade generalizada pela existência de um sistema corrupto, formado por pessoas corruptas, principalmente, porque mesmo compreendendo o que significa ser público, ainda assim, cuidam apenas do bem particular.

Então, minha contribuição política hoje vem de minha imaginação sociológica, através da qual me proponho a despertar a compreensão das pessoas para um exercício político mais honesto e justo.

Para que as pessoas sejam vistas como seres humanos e não como fantoches, como escravos de manutenção do poder e privilégios indevidos.

Entrar em um debate polarizado de política? Eu? Não! Há muito tempo deixei as infantilidades de lado.


* Ederson Malheiros Menezes - Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Caoching, Esp. em Psicologia Positiva, Esp. em Neuroeducação, Esp, em Gestão de Projetos Ágeis, Esp. em Docência no Ensino Superior, Esp. em EaD. Bacharel em Administração, Licenciado em Sociologia, Bacharel em Teologia. E-mail: educacaosociologica@gmail.com


segunda-feira, 3 de junho de 2024

Impactos socioemocionais de um mundo perturbador

IMPACTOS SOCIOEMOCIONAIS DE UM MUNDO PERTURBADOR

Ederson Malheiros Menezes*

 

O ser humano está numa condição de perturbação perturbadora.

No começo considerei que as mudanças eram decorrentes apenas do fato de estar vivendo novos ciclos de vida. Afinal, o ser criança, adolescente, jovem, adulto e entrar na maior idade, por si só, já são transformações intensas.

Também cheguei a considerar que o desafio era constituído pelo próprio modo de ver as coisas, do meu próprio pensar e sentir. Afinal, diferentes temperamentos e personalidades vivem as mesmas experiências de modo exclusivo.

Estas considerações iniciais me levaram a concluir que tanto os ciclos de vida como os modos de interpretação de diferentes temperamentos e personalidades devem ser considerados. 

No entanto, há fatores socioambientais, sociopolíticos, socioculturais, socioeconômicos, entre outros que merecem nossa atenção sobre as emoções vivenciadas neste mundo perturbador.

Catástrofes, corrupção, depreciação de valores e princípios, miséria, são algumas das realidades perturbadoras.

Algumas catástrofes tem sua origem em fenômenos incontroláveis, porém outras, em práticas de um modo inconsequente de exploração humana dos recursos naturais e consumo.

Infelizmente, sobre a "corrupção" considera-se que é um conceito limitado e fraco para definir realidades sociopolíticas do mundo - não consigo pensar em outro conceito úncio que tenha força suficiente para descrever a condição.

Como se não bastasse, a degradação do ser humano em termos de princípios e valores é tão intensa quanto a degradação do seu lugar de morada - enquanto alguns ajudam os desabrigados e feridos, outros saqueiam e matam no mesmo ambiente.

Sim, a consequência inevitável é a miséria que se articula em todos os sentidos da vida, da realidade econômica às relações e interações humanas - a perturbação é resultado e razão criando um ciclo que se precipita em degradação sem controle.

Então é possível começar a definir o que significa "mundo perturbador" e quais emoções definem esta condição de experiência.

Medo da morte, medo do amanhã, medo da fome, medo do outro, medo da doença e medo do sofrimento.

Revolta da realidade, revolta da injustiça, revolta da indiferença, revolta da existência em condição degradante.

Os possíveis antônimos da esperança estão todos presentes: desesperança, descrença, incredulidade, ceticismo, dúvida, desilusão, desengano, decepção, desapontamento, desespero.

É perturbador ler, é perturbador escrever, é perturbador ver esta realidade e viver ela dia após dia em um ritmo acelerado com cada vez  menores pausas para se respirar.

As patologias crescem, as pessoa adoecem de diferentes modos e em todas o diagnóstico da perturbação está presente.

Piora o fato de que o jornalismo e a mídia fatídica global se constituem em uma proposta da qual nenhum ser humano possui condições psicológicas de gerenciar - o relato massivo de problemas e desafios que transcendem a condição humana de superação cultivam uma condição de desamparo e desespero silencioso. Deste modo o adoecer emocional torna-se imperativo.

Inaugura-se assim uma era decisiva ao ser humano. Ele precisa decidir o que fazer com toda perturbação vivenciada. Da atitude individual aos movimentos coletivos, o imperativo é no sentido de mudanças mais intensas e reais.

Destacam-se em minha limitada compreensão as seguintes ações:

  • Aprender sobre inteligência sociemocional como uma necessidade emergente para capacitação diante da perturbação incapacitante para a vida;
  • Superar o individualismo com o exercício de resoluções conjuntas para problemas coletivos;
  • Reforçar os valores e princípios coletivos;
  • Dar o tempo necessário para avaliar o fluxo da vida e as consequências das proposição humanas;
  • De modo imperativo, não fortalecer a perturbação do mundo e não ficar indiferente por causa da perturbação continuada.

Pode parecer clichê e utópico afirmar que amar ao próximo e amar a vida em toda a sua extensão são bases efetivas de uma reconstrução. Um amor que é sentimento e que é ação, que é modo de vida.


*Ederson Malheiros Menezes - Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Coaching, Esp. em Psicologia Positiva, Esp. em Neuroeducação, Esp. em Gestão de Projetos Ágeis, Esp. em Docência no Ensino Superior, Esp. em EaD. Bel. em Administração, Licenciado em Sociologia e Bel. em Teologia. E--mail: educacaosociologica@gmail.com.

domingo, 7 de abril de 2024

Pensando a Sociedade e a Vida com os Clássicos da Sociologia

Pensando a Sociedade e a Vida com os Clássicos da Sociologia

Ederson Malheiros Menezes*


O objetivo deste texto é criar a partir dos Clássicos da Sociologia (Durkheim, Weber e Marx) alguns questionamentos que ajudem a refletir a realidade social.

 

Émile Durkeim

A partir de Durkheim, questiona-se sobre o que existe antes do indivíduo, que é algo generalizado e que tem poder coercitivo para conformá-lo a uma proposta de vida e sociedade. Que proposta é esta? Esta proposta de sociedade é orgânica e está alinhada com o positivismo Durkeiminiano? A realidade reflete algum tipo de anomia ou coesão social? Estes questionamentos ajudam tanto em uma visão do todo quanto das particularidades daquilo que envolve a vida social baseado nos fatos sociológicos.


Max Weber

A partir de Weber, considera-se as ações sociais existentes e a partir delas questiona-se acerca da motivação destas ações, tentando compreender formas de poder e tipos de ações. Weber parte de algo particular (ação social) e procura compreender nas características desta particularidade realidades sociais pertencentes ao todo. A construção social caminha para promover a liberdade humana ou a escraviza? Como esta ação social pode ser categorizada? Que tipos de poder podem ser observados?


Carl Marx

Já em Marx, há uma afronta direta ao sistema capitalista, mais especificamente ao modo de produção capitalista, a forma de trabalho e a condição do trabalhador. Então, compreender se este processo é alienante ou não será algo significativo. De que modo a sociedade está estruturada? Quem detém o poder e os recursos de produção?

 

Sobre o Pensar Empower

Pensar de um modo poderoso é compreender sua realidade social. E os autores clássicos nos ajudam neste sentido dando formas de olhar e questionamentos que auxiliam a compreensão da própria vida em sociedade.

 A partir dos clássicos é possível compreender que existe uma visão positiva da sociedade que exige conformação a ela, por isso, formação de hábitos e costumes que auxiliem neste processo.

Mas, também é possível compreender que existe uma visão negativa da sociedade, sendo que esta em seu processo de racionalização excessiva pode gerar um vazio existencial, além de muitos outras condições ou sub condição de vida.


Por que estudar sociologia é importante?

Creio que esta questão ocupa a mente de muitas pessoas e a resposta mais simples possível é: consciência. 

O ser humano sem consciência de sua realidade é como um zumbi governado por forças desconhecidas. É escravizado pela redução de sua liberdade e vontade, destituído pouco a pouco de sua própria vida, guiado a frustração existencial.

Para que isto não aconteça, questione-se:

Qual é a proposta de sociedade vigente da qual você faz parte?

O que está envolvendo sua vida e definindo sua história?

Quais forças ou poderes atuam em oculto e que influenciam sua vida?

Que condições existem para você se desenvolver e realizar-se através do trabalho?

Em qual direção a vida está apontando para a coletividade: algo bom ou ruim?

Pensar sobre a sociedade a partir dos clássicos pode ser um exercício desafiador, mas muito significativo para a vida de todas as pessoas.


* Ederson Malheiros Menezes (Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Coaching, Esp. em Psicologia Positiva, Esp. em Gestão de Projetos Ágeis, Esp. em Neuroeducação, Esp. em Ensino Superior, Esp. em EaD. E-mail para contato: educacaosociologica@gmail.com - Blog de sociologia:  imaginacaosociologica@blogspot.com).