segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

FAKE DÁ NOJO - FAKE NEWS É SO O COMEÇO DO DESAFIO SOCIOCULTURAL

FAKE DÁ NOJO - FAKE NEWS É SO O COMEÇO DO DESAFIO SOCIOCULTURAL

 Ederson Malheiros Menezes*


Fake é uma palavra em inglês que significa falso, algo que foi falsificado.
Possivelmente, você já deve ter ouvido a palavra fake associada com as mídias sociais.
Afinal, foi nas redes sociais que as denominadas Fake News se multiplicaram causando impactos diversos no mundo.
Mas, recentemente deparei-me com a expansão do universo fake para outras realidades da vida.
Por exemplo, uma crítica no âmbito do marketing acerca da fake empathy. A expressão usada era “we’re tired of empathy” (Estamos cansados de falsa empatia).
Mas não pára por aí… falsa notícia, falsa empatia, falsa personalização, falsa autenticidade e assim por diante.
Agora, pare um pouco e pense…
A palavra fake está incorporando um conjunto de outras palavras como mentira, falsidade, trapaça entre outras. Estas palavras estão entregando sua existência ao conceito fake.
Então o gravíssimo problema decorrente das fake news passa a ser costumeiro e portanto cada vez mais comum, causando menos espanto.
De outro lado, ser mentiroso, falso e trapaceiro também já não é mais tão complicado já que é apenas mais fake ou parte de uma realidade onde fake é comum.
Recentemente assisti ao filme “Eu me importo” na Netflix.
Este filme mostra uma curadora de idosos (representante de idosos), ou seja, uma pessoa que usava de planos sórdidos com apoio de profissionais corruptos para pegar bens que pertenciam a idosos que haviam lutado a vida inteira para conquistá-los. E, ela fazia isso, vivendo luxuosamente e alegando cuidar deles.
O filme inteiro mostra uma luta entre trapaceiros, mentirosos, falsários e também, um quadro com fotos vítimas dos golpes – pessoas exploradas.
Apesar de a palavra fake não aparecer no filme, ela deveria estar no título e em várias cenas – mas, principalmente na consciência de quem assiste, pois mostra uma cultura baixa, cheia de ganância e desprezo pelo ser humano.
A cultura fake é uma fragilização da cultura moral, ou seja, dos valores – o retrato de uma realidade na contramão do ser um ser humano melhor, de uma sociedade que realmente pode ter algum futuro.
Essa realidade sociocultural descrita indica que está cada vez mais fácil (coação e coerção) ser mentiroso, trapaceiro e falsário. É o processo socializador fake. E isso, dá nojo!

* Ederson Malheiros Menezes é teólogo, licenciado em sociologia, acadêmico de administração, especialista em docência e tutoria em EaD, especialista em docência no ensino superior, MBA em liderança e coaching na gestão de pessoas, MBA em coaching e analista comportamental e mestre em práticas socioculturais e desenvolvimento social – educacaosociologica@gmail.com