segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Trabalho - O primeiro dia e os dias seguintes

 

 TRABALHO, O PRIMEIRO DIA E OS DIAS SEGUINTES

Ederson Malheiros Menezes


O que me faz escrever este texto é o primeiro dia de trabalho de minha filha primogênita. 

Antes mesmo do seu primeiro dia, a ansiedade e o nervosismo envolvem seus dias e  suas palavras carregadas de emoção.

Quando chegou o primeiro dia, antes de sair de casa precisou recuperar o fôlego, estava nervosa.

Como pais, acompanhamos todo o processo - e, como pais corujas, fazemos isso com o coração na mão, sabendo que é necessário e ao mesmo tempo querendo ser e estar presente para qualquer eventualidade.

Está sendo diferente este primeiro dia de trabalho para minha filha do que foi para mim.

Eu não me lembro de meu primeiro dia de trabalho, pois saí de casa com 13 anos para trabalhar e continuar os estudos.

E, antes mesmo de sair de casa já tinha uma diversidade de atividades que considerava como trabalho.

Minha mãe tinha uma necessidade empreendedora de modo que sempre me carregava com ela em iniciativas diversas para comercializar diferentes produtos.

Eu quase morria de vergonha, mas isto é assunto para outro dia.

Quando saí de casa para trabalhar, na verdade, não via como trabalho, mas como atividades que de algum modo precisavam ser realizadas e eu tinha parte nelas.

Para minha filha, em seu compartilhar percebi que o trabalho era visto como uma necessidade social.

Ela via suas colegas do ensino médio começando a trabalhar e então sentia-se compelida a fazer o mesmo.

Meu filho do meio que ainda está no ensino médio vive uma ânsia contínua por trabalho, não necessariamente por trabalho, mas pelo dinheiro que quer ganhar e  usar para comprar coisas que deseja.

Então, para ele o trabalho é um meio para ganhar dinheiro.

Talvez este compartilhar familiar sobre visões acerca do trabalho possa ser suficiente num primeiro momento para indicar que o trabalho é uma experiência muito diversificada para as pessoas.

Alguma pessoas amam o que fazem e não pensam em parar de trabalhar nunca. Já outras pessoas, detestam o que fazem e não vêem a hora de parar de trabalhar e se possível se aposentar.

Há diferentes expectativas sobre o trabalho.

Há um interesse externo ao próprio sujeito de que ele seja produtivo. Em parte este interesse recai como coação, afinal não ser produtivo é ligeiramente mal visto e logo categorizado, senão adjetivado negativamente: não é mesmo preguiçoso?

Neste sentido, pode haver conflitos entre a produtividade externamente exigida e o que o próprio indivíduo compreende como necessário para sua vida - esta tensão tem envolvido sobretudo as novas gerações.

Mas ainda há os dias seguintes, após o primeiro dia de trabalho...

Então, os dias seguintes de trabalho não apenas por esta questão de conflito, mas por muitas outras envolvidas, vai ser muito dinâmico e cheio de novas experiências.

Nesta jornada você pode sentir-se ou mesmo ser classificado de diversas formas, desde um "vagabundo desocupado" a um "workaholic inveterado".

Mas, deve haver um meio termo satisfatório em tudo isso, não acha?

Tanto o primeiro dia de trabalho como os dias seguintes sempre sofrerão a tensão entre o que deveria ser e o que é.

Para alguns o primeiro passo de uma jornada de realização, para outros de frustração. E quem decide isso?

Vou deixar você responder esta questão, ok?


Ederson Malheiros Menezes (Mestre em Práticas Socioeculturais e Desenvolvimento Social, MBA em Gestão de Pessoas, MBA em Coaching, Esp. em Gestão de Projetos Ágeis, Esp. em Psicologia Positiva, Esp. em Neuroeducação, Esp. em Docência no Ensino Superiro, Esp. em EaD. Graduado em Administração, Sociologia e Teologia - edersonmenezes.com.br)