quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Pilares Para Estudo da Religião

 

 PILARES PARA O ESTUDO DA RELIGIÃO

Um norte inicial para o campo de estudo religioso

Ederson Malheiros Menezes*

DIÁLOGO INICIAL

O tema religião pode ser espinhoso, pois sempre lidamos com mais do que ideias, são crenças que se entrelaçam com experiências de sentido existencial, registradas a partir de vivências dinâmicas, emocionais, culturais, afetivas, entre outras.

Sendo assim, a proposição de estudo já pode ser em si mesma considerada uma afronta.

Então, saiba de antemão que não é esta a proposta.

O objetivo é estimular a compreensão acerca da crença ou não - do universo religião.

E para que isto aconteça são estabelecidos alguns pontos norteadores.


A DISTINÇÃO ENTRE RELIGIÃO E FÉ

Portanto, o primeiro ponto é fazer a distinção entre religião e fé.

E, neste sentido, compreende-se que religião diz respeito a experiência vivenciada e compartilhada um grupo de pessoas.

Ou seja, é algo coletivo.

Já a questão fé, diz respeito a algo pessoal, subjetivo - que pertence ao universo da própria pessoa.

Esta separação inicial auxilia a definir o que são questões pessoais, particulares de fé das questões religiosas.

E, caso esta separação não ocorra, qualquer proposição para reflexão será interminável já que cada indivíduo possui em si considerações bem específicas acerca da experiência religiosa/de fé.


A COMPREENSÃO DE POSSÍVEIS ABORDAGENS

Existe diferentes formas de abordar a questão religiosa.

Por exemplo, de uma perspectiva fenomenológica, percebe-se fenômenos comuns em diferentes religiões e a partir deles se constrói as observações.

De um outro modo, pode-se partir para uma abordagem histórica, a qual considera cada experiência de maneira separada em cada contexto específico.

Este reconhecimento de possíveis abordagens possibilita o enriquecimento da pesquisa e proposição de diferenciadas observações.


O RECONHECIMENTO DO ASPECTO EUROCÊNTRICO DE ÂMBITO RELIGIOSO

Por fim, cabe destacar a atitude necessária para a pesquisa.

E, neste sentido, já que é praticamente impossível ignorar a subjetividade do pesquisador, deve-se considerar o fato de que herdamos esta tendência cultural de pensar de que apenas aquilo que eu acredito é que está certo.

Para fins de pesquisa, esta tendência deve ser evitada, pois não se trata de fazer uma apologia da fé ou mesmo do ateísmo, mas estudos no campo religioso.

E, a apensar da neutralidade do pesquisador ser apenas um ideal, ainda assim, toda a pesquisa precisa ser realizada com o máximo possível de zelo neste sentido.

Isto evita que o pesquisador e sua pesquisa tornem-se tendenciosos.

 

 ___________________________________________________

Ederson Malheiros Menezes - teólogo, licenciado em sociologia, esp. em docência no ensino superior, esp. em docência e tutoria em EAD, MBA em liderança e coaching na gestão de pessoas, MBA em coaching e analista comportamental, mestre em práticas socioculturais e desenvolvimento social - educacaosociologica@gmail.com 


Texto e vídeo construídos com base na perspectiva de estudo da religião de Leandro Karnal que pode ser encontrada nesta playlist (https://www.youtube.com/watch?v=CztqsoWZOQU&list=PLQBQEnFyYIPY0aR4d4R0m_naw7VjKdDFq)