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quarta-feira, 18 de junho de 2025

A força de pensar — Sociologia e resistência em meio às práticas alienadas

A força de pensar — Sociologia e resistência em meio às práticas alienadas

 

Introdução

Vivemos em uma sociedade que estimula o desempenho, a comparação e o sucesso. Desde o modo como trabalhamos até como cuidamos do corpo ou nos relacionamos, somos envolvidos por normas invisíveis que orientam nossas ações. Pensamos estar agindo livremente, mas muitas vezes apenas reproduzimos expectativas sociais naturalizadas. A consciência disso é dolorosa, mas necessária. E exige força — não apenas física ou emocional, mas força sociológica: a coragem de pensar contra a corrente.


O corpo como campo de disputa

Na academia, por exemplo, ergue-se ferro, mas também se sustentam valores. O corpo masculino forte, definido e resistente é um símbolo de capital social. A exibição de força vai além da saúde: é um ritual de distinção e competição. Senti-lo em mim, como impulso, foi perceber que não sou imune. No entanto, pude lutar: lutar contra o automatismo, contra a normatividade do desejo de vencer o outro. Essa luta é silenciosa, íntima e constante. É a força de pensar em meio ao suor.


Outros ambientes de cegueira social

Esse tipo de alienação se repete em vários espaços. No trabalho, confundimos realização com produtividade sem fim. Nas redes sociais, buscamos atenção mais do que conexão. No consumo, compramos símbolos de pertencimento. Nas relações afetivas, confundimos amor com status. Até mesmo na fé, às vezes, buscamos desempenho espiritual. A vida social moderna é, em muitos aspectos, um convite à inconsciência confortável.


A força de resistir

Durkheim nos ensinou que os fatos sociais nos moldam como forças exteriores, coercitivas e quase invisíveis. Bourdieu mostrou que esses moldes se tornam parte de nós como habitus. Byung-Chul Han denuncia como a positividade tóxica mascara essa dominação com discursos de liberdade. Em meio a tudo isso, pensar é resistência. É preciso força para parar, interrogar, duvidar. E mais ainda: para retomar o sentido autêntico da ação.


Conclusão

Erguer pesos é um gesto físico. Pensar, em um mundo de automatismos, é um ato político. Toda vez que resgatamos a consciência sobre por que fazemos o que fazemos, iniciamos uma pequena rebelião contra a alienação. A sociologia, nesse sentido, não é apenas ciência, mas prática de libertação. E exige de nós uma força rara: a de pensar.


Ederson Malheiros Menezes - Mestre em Práticas Socioculturais e Desenvolvimento Social - educacaosociologica@gmail.com (Texto construído em diálogo de experiências pessoais e temáticas com o ChatGPT).