segunda-feira, 27 de julho de 2015

SÓ JUSTIÇA

Na prática todos querem, porém poucos possuem. A dificuldade já começa quando se tenta definir o que é justiça, pois as definições não têm única direção. Os juristas parecem ser os que mais refletem o desafio de sintetizar seu conteúdo, pois a justiça é a razão da própria área de atuação.

O que é justo? Todos possuem suas razões para justificar seja lá o que for. E o problema maior da justiça parece ser indicado exatamente pelo direito que todos possuem de se autojustificar. Talvez possa ser uma autodefesa acerca da justiça determinada por poucos ou insuficiente.

Quando poucos definem o que é justo, a justiça torna-se mínima, tendenciosa - alguns a chamam de cega. Quando o justo fica demasiado sintético torna-se excludente. Que complicação! Justiça abrangente não chega a definição e justiça limitada é sempre insuficiente.

Atribuir o direito de definir e exercer justiça a outro é sempre renúncia, tentar de forma setorizada é o encontro agendado com a confusão. Ignorar a justiça é entregar-se a barbárie. Promovê-la sem consciência, um desatino impetuoso.

Marcada historicamente pela força e formosura, a justiça reclama ainda identidade e sempre de novo reciclagem inclusiva. A revisão do que se compreende por justiça natural e a reconfiguração da justiça positiva.

O instigar para além das normas técnicas é uma exigência tão grande quanto o olhar aquém, necessário exercício para capturar o real, o temporal e o eterno. "Seja feita Tua Justiça".

Por isso, sua contribuição significa muito à justiça.

Ederson Malheiros Menezes

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