segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A PÁTRIA EDUCADORA - Manifestação em Panambi RS



Panambi (RS), 03/08/2015.

Eles ocuparam a esquina da praça central da cidade durante a manhã e tarde. Soavam apitos, exibiam cartazes e agitavam bandeiras. Era a tentativa de chamar atenção da população sobre a "PÁTRIA EDUCADORA". A interrogação no final indica a reflexão necessária, pois em um país marcado por campanhas políticas que utilizam a bandeira da educação intensamente, agora se vê em uma repetida contradição.

Mas o questionamento não é apenas para "PÁTRIA EDUCADORA", é também para o cidadão que ao andar pelas ruas é convidado para um exercício de empatia, ou seja, para colocar-se no lugar dos atores da educação. Então, eles perguntam para você cidadão, você que deixa seus filhos para serem educados, e os entrega na certeza de que as pessoas (educadores e educadoras) os receberão com competência e dignidade. Quem você quer que cuide e eduque seus filhos enquanto você trabalha pagando impostos absurdos no país da corrupção?


Por incrível que pareça, em meio a manifestação, uma educadora testemunhou que na parte da manhã houve manifestações contrárias a iniciativa dos educadores que estavam na rua tentando mostrar o que acontece na "PÁTRIA EDUCADORA". Neste confronto, foi dito aos educadores "vão trabalhar". Mas é claro que esta declaração não significa apenas isso, ela significa o direito que alguém tem de permanecer servindo a um sistema opressor, manipulativo, corrupto e perverso que destitui os maiores valores da vida - o valor do humano. O enunciado só revela a efetiva servidão voluntária a que se submeteu a cidadania condicionada. Provavelmente era alguém atrasado para pagar seus impostos sem saber como fazê-lo.


Um outro cartaz denuncia uma política "sagrada", em que os interesses particulares da política brasileira revelam sua miséria.

Então é possível concluir que ainda existem muitos elementos "sagrados" e que são venerados conscientemente por quem tira proveito maquiavelicamente disso e por aqueles que veneram sem saber por que o fazem. A manifestação de uma fé política alienada. Mas se os elementos desta sagrada política assim funcionam, então pra que uma "PÁTRIA EDUCADORA". Não precisamos de informação, nem de manifestação, basta ter fé sem obras.

Ainda bem que apesar das limitações, timidez e constrangimento, alguém ainda tenta, mesmo que em uma esquina da cidade, por algum curto período de tempo, fazer você refletir um pouco mais. Para manter e ampliar isso, será necessário fé com obras. Mas isso é muito comprometedor para muitas pessoas, será necessário muita fé, fé consciente e fé atuante - não é coisa para gente atrasada para pagar tributos que serão usados posteriormente não sei aonde. Afinal, o importante é pagar o preço.

Uma manifestação simples, que deve adquirir sua eficácia na própria categoria que a faz. Uma manifestação educativa, que elucida as realidades da nação brasileira e que deseja construir junto a justiça tão almejada.

Quer participar? Faça de forma consciente e digna, conservando o respeito e cooperando para educar o Brasil. Afinal de contas, depois de pagar as contas, ainda teremos que arregaçar as mangas para construir a "PÁTRIA EDUCADORA".

(Ederson Malheiros Menezes, teólogo e sociólogo)

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