sexta-feira, 27 de julho de 2018

Breve inferência sobre crise político-econômica e o caminho da resposta

Autor do texto: Ederson Menezes*


Breve inferência sobre crise político-econômica e o caminho da resposta


Qual é a resposta humana para a crise?


Dentre as possíveis respostas categorizadas como incondicionais a uma crise, especialmente econômica, está a insegurança. 

A insegurança, por sua vez, pode manifestar-se em impulso coletor e/ou retração de consumo. Expressões de ansiedade e desespero somados ao pessimismo em relação ao presente e futuro tornam-se crescentes.

Esta insegurança tem sua manutenção continuada na observação das iniciativas incompetentes e até perversas dos governantes, que tentam igualmente de forma continuada iludir o povo com um novo discurso de esperança circense.

 

Quais são as formas gerais na abordagem de solução?


Se na tentativa de resolução da crise, a insegurança for associada condicionalmente a algum estereótipo coletivo que reforce uma possível pseudo-resposta, então, a crise e a insegurança se intensificarão socialmente gerando a continuidade e o aprofundamento da crise - desgraça sobre desgraça. Na prática, para além do "sentimento" está o crescimento da violência, miséria, crise na assistência pública em todos os setores.

O desafio de superação da crise por porte dos líderes competentes, deste modo, está transpassado pela iniciativa de avivar algum tipo de estereótipo que tenha como base uma resposta exatamente contrária - ou seja, uma resposta genuína, transformadora da realidade.

Neste caso, uma resposta que incentive o consumo regular e o os investimentos - porém, com o reforço de resultado compartilhado com cada cidadão, para manutenção da força de superação - sem isso, tudo o que se faz é apenas a manutenção de um sistema sanguessuga. Isso não exclui o fato de que o esforço é genuinamente meritório.

Os riscos de superação da crise caminham na direção de que, caso a mesma não seja superada, especialmente pela má iniciativa resolutiva do governo (e é isso que realmente nos assusta hoje no Brasil), colocará as pessoas e a própria sociedade em uma condição trágica - tendo em vista ter lhe tirado o elemento de antecipação.

O elemento antecipação é igualmente incondicionado, porque trata-se de uma resposta instintiva, preventiva e pode assegurar melhores condições durante períodos difíceis. Mas quando suspenso, torna-se como a redução do medo para andar em uma corda bamba - em que o equilíbrio depende muito mais do vento do que do equilibrista. 
Também não se deve ser ingênuo achando que o elemento antecipação é algo homogêneo, pois para alguns a possibilidade de antecipação é tão tardia que praticamente inexiste.

 

Quais são as conclusões?


Deste modo, qualquer iniciativa no campo do estímulo social precisa ser encarada, acima de tudo, com responsabilidade e efetividade nas resoluções. 

Na prática, isso deveria significar transparência no discurso, na gestão e nos atos, mas também e novamente, acima de tudo, no esforço intenso de minimização da corrupção pela seriedade política - o que infelizmente é quase uma utopia no Brasil.

Essa consciência, ou melhor dizendo, esta cultura político-econômica consciente, deveria produzir uma condição especial para cada governante e também para cada cidadão que por vezes é tão corrupto quanto os governos diariamente acusados.

Cair na real e fazer algo, mesmo que concebido como aparentemente insignificante, ainda é o caminho para um amanhã diferente. 

Longe de imaginar que a simplicidade deste texto possui suficiência para tratar a complexidade da situação. Mas é algo aparentemente insignificante da minha parte.

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*Ederson Malheiros Menezes - teólogo, sociólogo, esp. em educação, MBA em gestão de pessoas e mestre em práticas socioculturais e desenvolvimento social - educacaosociologica@gmail.com

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