CRISE CABELEIRA, OU SIMPLESMENTE ENROLADOS!
Existem
diversas formas de você se atualizar dos principais fatos que
envolvem sua cidade, entre eles, visitar o cabeleireiro. Veja, não
estou depreciando este profissional, mas é fato que ele convive
diariamente com um grande e variado número de pessoas que falam
sobre tudo um pouco, consequentemente, o cabeleireiro é uma pessoa
informada sobre tudo um pouco.
Você
pode se surpreender com aquilo que ele observa. Em um dia desses fui
cortar o cabelo, e o profissional que me atendeu falou sobre a crise
do país e pessoas que estão enfrentando a dura realidade das
demissões e desempregos.
O
que mais chamou atenção dele foi o fato de que em uma dada empresa,
o chefe de departamento recebe uma ligação em que se diz assim:
“degola dois aí!” É… impressionante, não é! Pior, que em
certo sentido é uma realidade. A violência do discurso está
explícita nos processos que destituem as pessoas de suas esperanças
e segurança.
Em
outra empresa, um batalhão de funcionários antes de ser demitido é
escoltado até o departamento pessoal. Isso para que fosse evitado o que já havia
acontecido no passado, em que determinado funcionário em meio ao desespero, se
feriu para garantir sua permanência na empresa. Então, o problema
agora só poderia ser resolvido com escolta ao departamento pessoal.
Que mundo é esse?
Não
quero ser juiz de nenhuma destas causas, pois nos faltam argumentos diante das realidades - pode isso? Compreende-se a má índole de algumas pessoas que encontram
subterfúgios para assegurar benefícios “legais” para si, assim
como compreende-se as “escoltas” ao departamento pessoal como
dupla proteção. Uma moeda com cara e coroa, uma história com dois
lados e duas razões. Ninguém sabe ao certo de onde veio a moeda, mas por enquanto, "tudo" bem...
Algumas
perguntas devem ampliar a compreensão: O que faz com
que um funcionário entre em desespero a ponto de se autoflagelar
para manter seu trabalho? O que faz com que uma empresa chegue ao ponto de
escoltar seus funcionários para garantir que os mesmos não abusem
da lei em seu benefício? Certamente que outras questões podem ser
elaboradas, mas estas já dão muito “pano-pra-manga” ou uma
“baita” cabeleira para cortar.
Precisamos
mais cabeleireiros! Bom… uma outra opção seria retomar o conto da
Rapunzel com seus longos cabelos, que deu origem a nova versão
“Enrolados”, uma definição ainda melhor para o que se vive na contemporaneidade.
Ederson
Malheiros Menezes
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