sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CRISE CABELEIRA OU SIMPLESMENTE, ENROLADOS

CRISE CABELEIRA, OU SIMPLESMENTE ENROLADOS!


Existem diversas formas de você se atualizar dos principais fatos que envolvem sua cidade, entre eles, visitar o cabeleireiro. Veja, não estou depreciando este profissional, mas é fato que ele convive diariamente com um grande e variado número de pessoas que falam sobre tudo um pouco, consequentemente, o cabeleireiro é uma pessoa informada sobre tudo um pouco.

Você pode se surpreender com aquilo que ele observa. Em um dia desses fui cortar o cabelo, e o profissional que me atendeu falou sobre a crise do país e pessoas que estão enfrentando a dura realidade das demissões e desempregos.

O que mais chamou atenção dele foi o fato de que em uma dada empresa, o chefe de departamento recebe uma ligação em que se diz assim: “degola dois aí!” É… impressionante, não é! Pior, que em certo sentido é uma realidade. A violência do discurso está explícita nos processos que destituem as pessoas de suas esperanças e segurança.

Em outra empresa, um batalhão de funcionários antes de ser demitido é escoltado até o departamento pessoal. Isso para que fosse evitado o que já havia acontecido no passado, em que determinado funcionário em meio ao desespero, se feriu para garantir sua permanência na empresa. Então, o problema agora só poderia ser resolvido com escolta ao departamento pessoal. Que mundo é esse?

Não quero ser juiz de nenhuma destas causas, pois nos faltam argumentos diante das realidades - pode isso? Compreende-se a má índole de algumas pessoas que encontram subterfúgios para assegurar benefícios “legais” para si, assim como compreende-se as “escoltas” ao departamento pessoal como dupla proteção. Uma moeda com cara e coroa, uma história com dois lados e duas razões. Ninguém sabe ao certo de onde veio a moeda, mas por enquanto, "tudo" bem...

Algumas perguntas devem ampliar a compreensão: O que faz com que um funcionário entre em desespero a ponto de se autoflagelar para manter seu trabalho? O que faz com que uma empresa chegue ao ponto de escoltar seus funcionários para garantir que os mesmos não abusem da lei em seu benefício? Certamente que outras questões podem ser elaboradas, mas estas já dão muito “pano-pra-manga” ou uma “baita” cabeleira para cortar.

Precisamos mais cabeleireiros! Bom… uma outra opção seria retomar o conto da Rapunzel com seus longos cabelos, que deu origem a nova versão “Enrolados”, uma definição ainda melhor para o que se vive na contemporaneidade.


Ederson Malheiros Menezes

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